PROTEÇÃO SOLAR

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A luz solar é a fonte de energia fundamental para existência da vida na Terra e quase todos os ciclos biológicos dependem de seus subprodutos. É composta por radiações de diversos comprimentos de onda, sendo o ultravioleta (UV), a luz visível e o infravermelho (IV) as, de maior interesse médico dentro desse espectro eletromagnético. A radiação UV se divide em UVA e UVB. A UVA é constante durante todo o dia, atravessa nuvens e vidros e se caracteriza por um comprimento de onda mais longo. Penetra nas camadas mais profundas da pele, sendo responsável pelo fotoenvelhecimento, pelo eritema imediato e de curta duração e, principalmente, pela gênese do melanoma.

Já a UVB é mais intensa no período de 10:00 às 16:00 horas. Penetra mais superficialmente na pele, causando dano ao DNA celular e sendo responsável pelos cânceres de pele não melanoma, carcinoma basocelular e espinocelular, muito comuns em países de clima quente e na população caucasiana. Além disso, promove imunossupressão, podendo desencadear doenças autoimunes como lúpus e até mesmo herpes simples, doença de alta prevalência na população em geral. Produz também, o eritema tardio e de duração prolongada.

A luz visível é muito importante para regular o ciclo circadiano, responsável pela produção de hormônios essenciais para o nosso metabolismo, como o cortisol e a melatonina. No entanto, pode induzir a pigmentação cutânea persistente em pacientes de fototipos mais altos, agravando o melasma.

A radiação IV e a poluição promovem acúmulo de toxinas, aumentando o estresse oxidativo e levando a alterações da função de barreira cutânea da pele, promovendo perda de luminosidade, pigmentação da pele e envelhecimento precoce.

O sol apresenta não só efeitos maléficos como descritos, mas também muitos benefícios como a prevenção da osteoporose, antidepressivo natural e adjuvante no tratamento de algumas doenças de pele como a psoríase e o vitiligo. Entretanto, essa exposição deve ser feita com cautela e obedecendo orientações de uma correta fotoproteção.

Nas últimas décadas, o número de casos de câncer de pele no Brasil e no mundo aumentou devido a diminuição da camada de ozônio associado ao hábito das pessoas se exporem mais ao sol e do desejo de uma pele bronzeada como símbolo de beleza e saúde.

Não se pode esquecer que no mundo atual, a prática de exercícios físicos ao ar livre é muito comum e saudável, porém no Brasil, devido ao alto índice de radiação solar deve-se atentar às medidas de fotoproteção necessárias para evitar os efeitos nocivos da luz solar cumulativa.

Os locais de maior exposição direta à luz solar são a face, o pescoço, a área do "V" do decote, o dorso das mãos e os braços. Deve-se dar atenção especial às crianças e adolescentes que, ao longo da vida, acumularão radiação, tanto por exposição solar ocasional quanto por exposição intencional nas atividades ao ar livre.

A fotoproteção pode ser entendida como um conjunto de medidas para reduzir ou atenuar a exposição às radiações solares, visando prevenir suas consequências. Os fotoprotetores protegem a pele das radiações ultravioletas através de ações químicas, físicas ou biológicas, permitindo um bronzeamento saudável que consiste na etapa final de uma exposição solar correta.

Dicas de fotoproteção:

Lembre-se que o dano solar é cumulativo.

• Escolha o protetor solar adequado e aplique sobre a pele 30 minutos antes de sair ao sol. Use protetor solar com FPS 30 ou mais.
• Por que é tão importante um FPS acima de 30? O termo FPS significa Fator de Proteção Solar, ele corresponde ao tempo que uma pessoa poderia ficar exposta ao sol sem ocorrer queimadura. A escolha do FPS adequado depende do tipo de pele, do fato de estar usando ou não medicações que aumentam a sensibilidade ao sol e de outros fatores. Algumas doenças, como o Lúpus por exemplo, exigem proteção solar máxima diariamente. Pessoas com histórico de câncer de pele também devem ter cuidado redobrado com o sol.
• Quem tem pele oleosa, deve usar sempre um filtro que não contenha óleo na sua formulação.
Reaplique a cada duas horas. Se você nadar ou transpirar reaplique logo após, principalmente se o protetor solar for à base de gel e não de óleo.
Proteja também o cabelo, aplicando gel ou creme com filtro solar hidratante.
• Proteja seus lábios. Use protetor labial com filtro solar.
• Os fatores de barreira como óculos escuros, chapéus de aba longa para proteger as orelhas, roupas com proteção anti-UV e barracas são indispensáveis. • Limite o tempo de exposição ao sol, evitando o horário entre 10h e 16h, quando os raios solares estão mais fortes.
• A altitude interfere na intensidade das radiações.
• Não confie na proteção solar do seu guarda-sol. Os raios solares são refletidos pela areia, assim como pelo concreto de cor clara (piso ao redor da piscina), deixando você exposto aos seus efeitos mesmo debaixo do guarda-sol. Além disso, o nível de proteção depende do material de que é feita a barraca: barracas de algodão protegem mais do que as sintéticas.
• Sempre que possível, use roupas soltas enquanto estiver ao sol. As cores escuras protegem mais do que roupas claras, mas podem ser mais quentes porque absorvem mais calor.
Dias nublados também exigem fotoproteção. Lembre-se que a radiação UVA também atravessa nuvens e vidros.

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